Convulsões febris: o que são e como reagir?
As convulsões febris podem acontecer a crianças saudáveis, quando têm febre, entre os 6 meses e os 6 anos.
Existem várias razões que podem levar uma criança a ter convulsões deste tipo, entre elas a tendência familiar ou a subida rápida da febre que, pela imaturidade do sistema nervoso central da criança, fica mais suscetível à subida de temperatura e provoca a convulsão.
A maior parte dos casos a crise acaba ao fim de 5 minutos e, com a idade, vai deixando de acontecer.
Como é uma convulsão febril?
Durante a convulsão febril a criança, na maioria dos casos:
- perde os sentidos;
- não responde quando estimulada;
- pode ter o olhar fixo ou revirar os olhos;
- fica com o corpo rígido, acompanhado por tremores nos braços e pernas;
- pode ter momentaneamente incontinência urinária ou fecal.
Na maior parte dos casos, ao fim de 5 minutos, o corpo fica mais relaxado e a criança adormece.
O que devo fazer durante uma convulsão febril?
Procurar manter a calma é muito importante! Enquanto a convulsão está a acontecer deves:
- anotar o tempo de duração da crise;
- não contrariar os movimentos, mas sim proteger contra eventuais objetos que possam magoar;
- colocar a criança de lado e não introduzir nada na boca;
- baixar a temperatura e administrar um supositório de paracetamol, ou aplicar toalhas mornas no corpo despido da criança.
Se não for o primeiro episódio, os pais já devem ter clisteres de diazepam que é utilizado para parar a convulsão. Administra-se retal e conforme o peso:
- Peso inferior a 5Kg: 2,5 mg
- Peso entre 5- 10 Kg: 5mg
- Peso superior a 20 Kg: 10mg
O meu filho está com convulsões febris: devo ir ao hospital?
Se é a primeira vez que a criança tem um episódio de convulsão febril deves levá-la ao hospital para poder ser observada. É normal que fique umas horas internada em vigilância para garantir que não existem outros sintomas associados e poder voltar a casa com segurança.
O meu filho pode voltar a ter convulsões quando tiver febre?
É resposta é sim, pois cerca de um terço das crianças podem voltar a ter mais crises destas. O risco parece ser maior nos primeiros 6-12 meses de vida depois do primeiro episódio, se a convulsão surgiu em febre baixa ou no primeiro ano de vida, ou mesmo se existir história familiar prévia. Infelizmente, não existem medicamentos que evitem o seu reaparecimento e os antiepiléticos não são recomentados.
O meu filho pode ter epilepsia?
De acordo com a Sociedade Portuguesa Neuropediatria cerca de 1-2% das crianças que desenvolvem convulsão febril mais tarde têm epilepsia, ou seja, o aparecimento de convulsões, mas sem febre. Só uma pequena percentagem das crianças com convulsão febril poderão desenvolver epilepsia no futuro, sendo que estará relacionado com antecedentes familiares, atrasos no desenvolvimento ou crises febris complexas.
A convulsão febril pode ser assustadora para os pais, quer por não saberem como agir, quer pelos sintomas que a criança apresenta. É importante agir de forma calma, entender o que pode acontecer e normalmente desaparecem por volta dos 6 anos.
