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Catarina Pinheiro
Escrito por:

Catarina Pinheiro Médica Interna de Formação Geral

Sinais de alerta da Icterícia e como tratá-la

Existem alguns sinais de alerta, para os quais os pais podem estar mais atentos, sem no entanto sobre-valorizar. Sim, nós sabemos que é difícil, especialmente para os “pais de primeira vez”, não valorizar tudo o que acontece com os bebés. Deixamos aqui alguns dos sintomas mais comuns e que podem levantar a suspeita de icterícia.

Sinais de alerta

  • Pele e sclera (a parte branca dos olhos) com cor amarelada – certifiquem-se que estão a olhar para o bebé sob uma fonte de luz natural. As luzes artificiais, quer brancas, quer amarelas, que temos em casa, podem alterar a percepção da cor da pele que temos do nosso bebé, levando a uma preocupação que pode ser desnecessária.
  • Febre e desconforto respiratório – uma temperatura corporal acima dos 38ºC e um bebé mais ofegante, podem levar-nos a suspeitar de uma hiperbilirrubinemia.
  • Petéquias – este nome esquisito é usado para descrever pontos ou manchas vermelhos/as que podem estar presentes na pele e nas mucosas do bebé.
  • Distensão abdominal – este é um sintoma que é por vezes identificado quando falamos na icterícia do recém nascido. Apesar de poder levar os pais a uma preocupação em demasia (porque poderão achar que a mais pequena distensão abdominal poderá indicar icterícia), achamos importante falar dela, precisamente para evitar essa super-hiper-preocupação. Queremos ajudar-vos a distinguir o que são uns meros gases com alguma prisão de ventre, do que é uma distensão abdominal relacionada com icterícia, no vosso bebé.
  • Urina de cor mais acastanhada e fezes mais claras – esta relação inversa pode parecer-vos estranha, mas faz todo o sentido, passemos a explicar. O facto da bilirrubina não ser degradada pelas bactérias intestinais do recém nascido, faz com que volte ao sangue e seja filtrada pelos rins, dando à urina a cor acastanhada de que falamos. Desde mesmo modo, como a bilirrubina não é eliminada nas fezes, estas ficam “menos escuras”.

Como tratar:

O tratamento da icterícia é feito de acordo com a causa. 

A icterícia fisiológica desaparece sozinha dentro de uma semana. 

A icterícia associada à amamentação, uma vez que está relacionada com a ingestão de pouco leite, resolve-se aumentando o número de mamadas ao longo do dia; enquanto que na icterícia associada ao leite materno, pode ser necessário substituir o leite materno por leite de fórmula durante um período curto de tempo, para mais tarde voltar a introduzir o leite materno como alimentação principal do bebé.

Quando os níveis de bilirrubina não-conjugada estão acima de 12mg/dL, pode ser necessário fazer fototerapia. Neste tratamento é usada uma luz fluorescente de cor azul que vai destruir a bilirrubina que se acumulou na pele e nas mucosas dos bebés. Este é o valor de referência para bebés que nasceram após as 35 semanas de gestação. Caso o bebé seja mais prematuro e tenha nascido antes das 35 semanas, o limite para iniciar a fototerapia é geralmente inferior.

Exsanguinotransfusão: este é um nome que podem já ter lido, caso já tenham pesquisado por “tratamento da icterícia”. Este processo é semelhante à diálise a que mais comummente estamos habituados a ouvir falar. O sangue sai do corpo do bebé, é filtrado numa máquina e volta a entrar já sem a bilirrubina em excesso. Este tipo de tratamento é raramente feito nos países desenvolvidos (como Portugal), uma vez que é geralmente utilizado quando os valores de bilirrubina no sangue estão muitíssimo elevados, o que hoje em dia não acontece devido aos avanços e ao conhecimento médico que existe. Pode ser também utilizado noutros casos mais específicos de icterícia, mas que não importam referir aqui, por serem casos muito raros.

Algumas perguntas, com as respetivas respostas rápidas, e que muitos pais fazem acerca da icterícia:

A icterícia é contagiosa? Não.

A icterícia é grave? Depende. Já explicámos anteriormente que se for fisiológica e detectada a tempo, não traz nenhum problema futuro para o bebé. Se for devido a uma doença e/ou não for detectada atempadamente, pode levar a consequências graves.

Quem teve icterícia pode doar sangue? Sim e não. Depende do tipo de icterícia. Se a pessoa tiver uma doença de base, para sua própria segurança pode ser desaconselhado doar sangue. Se a icterícia for tudo tipo fisiológico, da amamentação ou do leite materno, não há problema algum.

A icterícia causa prurido? Prurido é o termo pomposo usado para comichão. E pode causar. No entanto, uma vez que os bebés não se “coçam” propriamente, é difícil avaliar se têm prurido, podem contudo ficar mais irrequietos e tentar mexer-se mais, com o objectivo de aliviar este sintoma. Já nos adultos esta avaliação é mais precisa, basta perguntarmos se têm comichão.

Icterícia é o mesmo que hepatite? Se leram este texto sobre icterícia acho que conseguem responder a esta pergunta sozinhos. Se não o fizeram, deviam. Mas para clarificar esta questão: não. Uma hepatite é uma inflamação do fígado e ainda que possa levar à acumulação de bilirrubina nos tecidos (a dita icterícia), não são dois conceitos sinónimos.

Para conheceres o processo que provoca a icterícia e quais o tipos existentes, clica aqui.

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