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Carlos Daniel Santos
Escrito por:

Carlos Daniel Santos Mestre em Medicina, Licenciado em Saúde Ambiental e em Radiologia e investigador na área de Saúde da Mulher

Amniocentese: quais os riscos, como é a recuperação e que cuidados ter

A amniocentese pode parecer assustadora, mas não tem de ser um bicho de sete cabeças. É através deste procedimento que podes detetar problemas de saúde graves no feto e ainda a prevenir abortos e malformações. Descobre em que consiste, e em que situações se deve realizar nas futuras mamãs.

O que é a amniocentese e para que serve?

A amniocentese é um exame invasivo em que se retira uma pequena amostra do líquido amniótico que envolve o bebé. Este fluído tem como objetivo proteger o feto contra possíveis lesões e infeções, permitindo ainda um desenvolvimento natural e controlado do bebé e ajudando na manutenção da temperatura.

A amniocentese é uma forma de diagnóstico citogenético feito para verificar se o feto apresenta alguma condição genética ou cromossómica, tal como síndrome de Down (trissomia 21), síndrome de Edwards (trissomia 18) e síndrome de Patau (trissomia 13).

O teste é recomendado a grávidas que apresentem infeções durante a gravidez, como a toxoplasmose, que apresentem risco de alterações nos cromossomas ou quando são verificadas malformações fetais em ecografias.

A maior parte das grávidas acha o procedimento desconfortável, mas não verdadeiramente doloroso.

Todas as grávidas têm de fazer amniocentese?

A amniocentese não é um exame médico indicado a todas as grávidas. Geralmente, é aconselhado em idades iguais ou superiores a 35 anos e/ou quando se deteta algum tipo de infeção durante a gestação.

Este exame deve ser realizada no início do 2º trimestre, entre a 16ª e a 18ª semana de gravidez. Tal previne o risco de maiores complicações, como aborto ou malformações dos membros inferiores do feto.

Quais são os riscos da amniocentese para mãe e para o bebé?

Os riscos associados à amniocentese são reduzidos. É um exame seguro, de rápida execução e de pouco desconforto para a grávida. Contudo, como em qualquer outro procedimento clínico, existem alguns riscos.

O principal risco, que não é muito comum, é o sangramento vaginal, que vem acompanhado de cólicas. Existem também outros riscos, ainda menos comuns, como infeção uterina ou urinária (que pode ser transmitida ao feto), rotura precoce ou Corioamnionite. Por fim, e em casos raros, pode ocorrer a indução precoce do trabalho de parto ou mesmo aborto.

O aborto é o risco que mais preocupa as grávidas antes de realizarem a amniocentese. No entanto, o risco de perda do bebé é muito baixo, de aproximadamente 0,5% (ou 1 em cada 200 gestações). Para o bebé, para além do aborto espontâneo, pode ainda acontecer uma lesão de braços ou pernas ou transmissão de infeções.

Aconselhamos que fales com o teu obstetra e /ou médico, de modo a poderes discutir todas as dúvidas que tenhas sobre este procedimento.

Como é a recuperação após a amniocentese?

Após a realização da amniocentese é comum sentires cólicas, sangramento vaginal, perda escassa de líquido amniótico, ou algum desconforto abdominal. O recurso a paracetamol pode ser feito, de modo a atenuar os sintomas.

No entanto, em casos de dor abdominal intensa, perda abundante de líquido amniótico ou sangramento vaginal e febre acima dos 38ºC, é necessário tomar especial atenção e entrar imediatamente em contato com o médico.

É aconselhado descansar e evitar atividades de médio a alto impacto, nas 24 horas seguintes à realização da amniocentese, ou conforme indicado pelo médico especialista.

Em resumo, a amniocentese é um exame pré-natal realizado com tecnologia de ponta, capaz de comparar e interpretar ADN fetal. Este é um procedimento que deve ser feito somente por equipas profissionais e devidamente treinadas para a realização desta técnica de diagnóstico.

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