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Marta Marques
Escrito por:

Marta Marques Psicóloga Infantil

Psicologia infantil – Quando devemos levar a criança ao psicólogo? 

Atualmente existem ainda muitos mitos acerca do acompanhamento psicológico a crianças e adolescentes. Procurar ajuda junto de um profissional não significa que os pais não sejam competentes a exercer a sua função ou que o profissional possa substituí-los. Recorrer a um psicólogo é um ato que revela uma enorme responsabilidade face ao bem-estar da criança, ou seja, revela preocupação e um forte sentido de pertença.  

Quais os principais motivos que levam à procura de apoio junto de um psicólogo infantil?  

  • Dificuldades/alterações no comportamento (irrequietude, oposição, cumprimento de regras, agressividade, birras, isolamento…) 
  • Dificuldade na organização dos métodos e hábitos de estudo  
  • Dificuldades emocionais (ansiedade, autoestima…) 
  • Dificuldades relacionais (pais, professores, colegas, família)  
  • Dificuldades em lidar com as emoções 
  • Dificuldades em alguns marcos do desenvolvimento  
  • Dificuldades de aprendizagem  
  • Dificuldades de atenção/concentração  
  • Dificuldades no sono (como por exemplo, dificuldade em dormir sozinho) 
  • Situações familiares (como o divórcio, a adoção, o luto…) 
  • Orientação vocacional (ajudar na tomada de decisão da área ou do curso) 

Mas então, quando é que os pais devem recorrer a um psicólogo infantil?  

Os pais devem recorrer a um psicólogo quando a criança manifesta algum comportamento prejudicial ou quando esse comportamento interfere de forma significativa no dia-a-dia da criança por exemplo, na escola e da sua família. Para isso é necessário refletir sobre algumas questões: 

  • Onde ocorre esse comportamento? Na escola, em casa, com a família?  
  • O comportamento ou situação prejudica o relacionamento com os outros? 
  • Há quanto tempo esse comportamento persiste?  
  • O que foi já feito para ultrapassar a situação?  
  • Nós, pais, estamos a conseguir lidar com a situação?  

Se o comportamento ou a situação persistir ou se as tentativas para superar a situação não resultaram, a melhor solução será procurar ajuda junto de um profissional.  

Como são realizadas as consultas na psicologia infantil? 

Numa fase inicial, o psicólogo realiza entrevistas com os pais para reunir o máximo de informação sobre a história da criança e da família. De seguida, o psicólogo poderá intervir e avaliar o número de sessões necessárias, bem como a periocidade das mesmas, de acordo com a problemática em questão. As consultas seguintes serão realizadas apenas com a criança. 

O psicólogo utiliza recursos lúdicos para intervir com a criança ou com o adolescente, através de jogos, desenhos, livros, entre outros. Os conteúdos ou os objetivos a intervir serão abordados de uma forma indireta com a criança/adolescente. Relativamente à duração, cada sessão dura aproximadamente 50 minutos. 

Por norma, as sessões tem um carácter semanal numa primeira fase e posteriormente passará a quinzenal, até à fase de follow-up (monitorização de 6 em 6 meses).   

A intervenção com a família é um aspeto muito importante, uma vez que os pais são parte do processo e imprescindível na evolução da criança/adolescente. A parceria com a escola é igualmente importante, uma vez que é na escola onde a criança passa a maior parte do tempo.  

Quem pode sinalizar ou recomendar para consulta de psicologia infantil?

Todos os intervenientes que contatam com a criança. Na escola, a educadora, a professora ou os professores poderão sinalizar alguma dificuldade na criança/adolescente e perceber em conjunto com a família e com o psicólogo o que poderá ser feito para colmatar essas dificuldades. O pediatra, na consulta de rotina, poderá também alertar para alguma dificuldade ou alteração na criança.  

Em nenhum momento do processo, o psicólogo irá julgar os pais. Quanto mais os pais compreenderem o psicólogo como uma ajuda, mais ganhos serão alcançados na intervenção com a criança/adolescente.  

“Cuidar da saúde mental da criança é também prevenir a saúde mental do adolescente, tornando-se um adulto mais consciente.”

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